segunda-feira, 5 de março de 2012

WILLIAM FAULKNER


Como um escritor pode tornar-se um romancista sério?
Noventa e nove por cento de talento... noventa e nove por
cento de disciplina... noventa e nove por cento de trabalho. 
Ele nunca deve estar satisfeito com aquilo que faz. 
Nunca está tão bom quanto pode ser feito. 
Sempre sonhe e atire mais alto do que você sabe que pode fazer. 
Não se preocupe somente em ser melhor do que seus contemporâneos ou predecessores. 
Tente ser melhor do que você mesmo. 
O artista é uma criatura arrastada por demônios. Ele não sabe por que o escolheram, e em geral está muito ocupado para perguntar-se por quê. 
Ele é completamente amoral, no sentido de que vai roubar, tomar emprestado,
implorar ou furtar de qualquer um e de todo mundo para poder concluir seu trabalho.

 O senhor quer dizer que o escritor deve ser completamente
implacável?
A única responsabilidade do artista é para com sua arte.
Ele será completamente implacável se for bom. 
Ele tem um sonho. Que o angustia tanto que ele precisa se livrar dele. 
Ele não tem paz até que isso aconteça. 
Vai tudo por água abaixo: honra, orgulho, decência, segurança, felicidade, tudo, para se ter o livro escrito. Se um artista tiver que roubar sua mãe, não hesitará; a “Ode a
uma urna grega” vale mais do que qualquer quantidade de velhas senhoras.

.... Portanto, o único meio ambiente de que o artista necessita é qualquer paz, qualquer solidão, e qualquer prazer que ele consiga obter a um preço não muito alto.  (...)
Segundo minha própria experiência, as ferramentas de que preciso para o meu negócio são papel, fumo, comida e um pouco de uísque.”

*  Em 2012: 50 anos sem Faulkner. 

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