quarta-feira, 3 de julho de 2013

CLARICE LISPECTOR

“Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então com o outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma profissional para manter minha liberdade.”

A sua produção ocorre com frequência ou você tem períodos?
"Tenho períodos de produzir intensamente e tenho períodos-hiatos em que a vida fica intolerável."

E esses hiatos são longos?
"Depende. Podem ser longos e eu vegeto nesse período ou então, para me salvar, me lanço logo noutra coisa, por exemplo, eu acabei uma novela, estou meio oca, então estou fazendo histórias para crianças.
 Eu acho que, quando não escrevo estou morta."

Clarice, mas como é que você escreve? Existe algum horário específico?
"Em geral de manhã cedo. As minhas horas preferidas são as da manhã"

Você acorda a que horas?
"Quatro e meia, cinco horas. Fico fumando, tomando café, sozinha sem nenhuma interferência. Quando estou escrevendo alguma coisa eu anoto a qualquer hora do dia ou da noite, coisas que me vêm. O que se chama inspiração, não é? Agora quando estou no ato de concatenar as inspirações, aí sou obrigada a trabalhar diariamente."

Revista Bula

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