“Eu não sou uma profissional, eu só
escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo
amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever.
Ou então com o outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma
profissional para manter minha liberdade.”
A sua produção ocorre com frequência ou você tem períodos?
"Tenho períodos de produzir intensamente e
tenho períodos-hiatos em que a vida fica intolerável."
E esses hiatos são longos?
"Depende. Podem ser longos e eu vegeto
nesse período ou então, para me salvar, me lanço logo noutra coisa, por
exemplo, eu acabei uma novela, estou meio oca, então estou fazendo histórias
para crianças.
Eu
acho que, quando não escrevo estou morta."
Clarice, mas como é que você escreve? Existe algum horário
específico?
"Em geral de manhã cedo. As minhas horas
preferidas são as da manhã"
Você acorda a que horas?
"Quatro e meia, cinco horas. Fico fumando,
tomando café, sozinha sem nenhuma interferência. Quando estou escrevendo alguma
coisa eu anoto a qualquer hora do dia ou da noite, coisas que me vêm. O que se
chama inspiração, não é? Agora quando estou no ato de concatenar as
inspirações, aí sou obrigada a trabalhar diariamente."
Revista Bula
Revista Bula
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