quinta-feira, 18 de outubro de 2012

HÉLIO PÓLVORA


"A emoção é má conselheira.
Deixo o texto esfriar, sujeito a reprovação ou aprovação posterior, quase sempre com ressalvas.
Há casos de revisões radicais.
O ficcionista teria de ser exigente a partir da ferramenta da linguagem atrelada à expressão.
Se esta for de fato pessoal, ele satisfará, assim, um compromisso de qualidade assinado em branco e sem prazo de vencimento.

A escrita, como a urina, não deve sair em condições de sumário satisfatório ao primeiro jorro. Há que decantá-la.
A metáfora talvez seja de mau gosto para os beletristas, mas é verdadeira.

Em geral, eu reescrevo, no esforço de unir timbre e significado. Apurar o ponto de cozimento da escrita não significa necessariamente cortar, enxugar, como queria Hemingway. Às vezes é preciso acrescentar, conforme lições de Balzac, Henry James e Joseph Conrad."

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