"A emoção é má conselheira.
Deixo o texto esfriar,
sujeito a reprovação ou aprovação posterior, quase sempre com ressalvas.
Há casos de revisões
radicais.
O ficcionista teria de ser
exigente a partir da ferramenta da linguagem atrelada à expressão.
Se esta for de fato
pessoal, ele satisfará, assim, um compromisso de qualidade assinado em branco e
sem prazo de vencimento.
A escrita, como a urina,
não deve sair em condições de sumário satisfatório ao primeiro jorro. Há que
decantá-la.
A metáfora talvez seja de
mau gosto para os beletristas, mas é verdadeira.
Em geral, eu reescrevo, no
esforço de unir timbre e significado. Apurar o ponto de cozimento da escrita
não significa necessariamente cortar, enxugar, como queria Hemingway. Às vezes
é preciso acrescentar, conforme lições de Balzac, Henry James e Joseph Conrad."
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