terça-feira, 4 de junho de 2013

LUÍS AUGUSTO FISCHER

"O interessado em livros pega as listas de mais vendidos e encontra 
Lya Luft, Luis Fernando Verissimo, Martha Medeiros, Leticia Wierzchowski, Eduardo Bueno. 

Chega na prateleira de lançamentos encontra João Gilberto Noll, Cláudia Tajes, Luiz Antonio de Assis Brasil, Charles Kiefer e Fabrício Carpinejar.

 Pode se surpreender pela presença de novos títulos ou reedições quentes dos falecidos Moacyr Scliar, Caio Fernando Abreu e Fausto Wolff.

Consulta críticos com faro para novidades e recebe a sugestão de procurar 
Vitor Ramil, Marcia Tiburi, Amilcar Bettega, Cíntia Moscovich, mas também gente mais jovem e já provada, como Paulo Scott, Marcelo Backes, Michel Laub, Daniel Galera, Clarah Averbuck. 

Se estiver atrás de novidades formais que combinem ousadia e inteligência, será aconselhado a ler Paulo Ribeiro, Altair Martins, Carol Bensimon, Angélica Freitas, Ismael Caneppele, Daniel Pellizzari, Cardoso e Leandro Sarmatz, para nem falar de gente na categoria júnior, mas já premiada, como Luisa Geisler.

Digamos que o interessado queira saber de traduções relevantes para o português brasileiro dos últimos tempos; neste caso é provável que tome conhecimento de Shakespeares intermediados por 
Beatriz Viégas-Faria e Elvio Funck. De David Foster Wallace por Galera e Pellizzari, de Michel Houellebecq por Juremir Machado da Silva, de uma penca de germânicos traduzidos por Marcelo Backes, de um "Quixote" recém-saído das mãos de Ernani Ssó, ou de uma supercriativa "Alice" refeita por Jorge Furtado e Liziane Kugland.

Tradutores finos, até de poesia? 
Paulo Neves e Heloisa Jahn. 
Estava esquecendo da "Odisseia" homérica, vertida a um português fluente por Donaldo Schüler (e publicada em pocket, mas bilíngue, pela L&PM), que, como se não bastasse, operou o milagre de dar à cultura local nada menos que o "Finnegans Wake", de Joyce, pela primeira vez na íntegra em nossa língua.

O que têm em comum todos os nomes citados até aqui? São todos gaúchos. 
Eles e bons críticos como Jerônimo Teixeira; eles e professores de literatura de alto calibre como Homero Araújo, Jaime Ginzburg e Eduardo Sterzi, que sucedem a outra geração, de Flávio Aguiar, Flávio Kothe, Flávio Loureiro Chaves, Regina Zilberman, Lígia Chiappini e Tânia Carvalhal; eles e escritores infantis bem-sucedidos como Lygia Bojunga, Paula Mastroberti e Celso Gutfreind.

Alguma explicação?

SISTEMA LITERÁRIO
Há várias explicações. Desde meados do século 19 o Rio Grande do Sul viu aparecerem escritores empenhados em criar obra e em favorecer a recepção dos livros -as duas pontas imprescindíveis para a existência de um sistema literário.

Nos começos do século 20 houve uma geração de profunda dedicação ao mundo popular e rural, com o expoente Simões Lopes Neto. Nos anos da explosão modernista, apareceram Mario Quintana, Erico Verissimo e Dyonelio Machado. Nos anos 1960, um novo grupo tomou a palavra, com Moacyr Scliar, Caio Fernando Abreu, Josué Guimarães, Sergio Faraco, Carlos Nejar, Tabajara Ruas, José Clemente Pozenato e Lya Luft.
Muito relevante, eles não se isolaram: quase sem exceção esses autores foram se sucedendo. Assim formou-se uma tradição interna."

ESPECIAL PARA A FOLHA

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